Na Casa Branca, Obama cobra explicações de general que o criticou; McChrystal deve pedir demissão (Danuza Peixoto)
Matt Spetalnick
Em Washington O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, irá confrontar na quarta-feira seu principal general no Afeganistão, antes de decidir se o demite por causa de declarações que irritaram a Casa Branca.
Convocado a deixar Cabul para ser recebido por Obama na Casa Branca, o general Stanley McChrystal terá de explicar os comentários atribuídos a ele e a assessores dele em uma reportagem da revista Rolling Stone.
Nesse artigo, militares envolvidos na guerra do Afeganistão criticam Obama e zombam de assessores da Casa Branca.
A situação representa um dilema para Obama: ou é visto como tolerante à insubordinação militar, ou terá de alterar a cadeia de comando num momento perigoso do impopular conflito no Afeganistão, que se arrasta há nove anos.
Apesar do recente envio de reforços dos EUA, elevando a 150 mil o contingente de soldados estrangeiros, a insurgência do Taliban está no seu momento de maior força desde a queda do regime desse grupo radical islâmico, em 2001.
Fontes próximas ao governo dizem que Obama ficou reservadamente furioso com o artigo, embora tenha em público falado em termos relativamente brandos. "Acho que está claro que o artigo em que ele e sua equipe apareceram demonstrava um mau julgamento", disse Obama a jornalistas, acrescentando que irá conversar nesta quarta-feira com o general antes de tomar uma decisão.
Funcionários dos EUA preveem que McChrystal, comandante das forças dos EUA e Otan no Afeganistão, e mentor da atual estratégia no país, apresentará sua demissão e permitirá que Obama decida se a aceita ou não.
Vendo sua carreira em jogo, o oficial de 55 anos pediu desculpas. "Foi um erro refletindo um mau julgamento, e nunca deveria ter acontecido", afirmou ele em nota.
Na reportagem intitulada "O general desertor" (http://www.rollingstone.com/politics/news/17390/119236) McChrystal faz comentários depreciativos em relação ao vice-presidente Joe Biden e ao enviado especial do governo para o Afeganistão e Paquistão, Richard Holbrooke.
Subordinados do general aparecem se referindo a um importante assessor de Obama como "palhaço", e a outro como "animal ferido".
O incidente ocorre num momento em que o Congresso e a opinião pública demonstram dúvidas quanto aos rumos do conflito no Afeganistão. Obama está ciente de que o sucesso ou fracasso nessa guerra constituirá uma parte importante do seu legado em termos de política externa.
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