Dilma fará visita aos Estados Unidos até setembro
Por Redação, com Reuters - de Brasília
A presidenta Dilma Rousseff fará uma visita de Estado aos Estados Unidos até setembro, num gesto para estreitar novamente a relação entre os dois países, que ficou abalada depois das revelações de que a Agência de Segurança Nacional dos EUA havia espionado as comunicações da presidente e de milhões de brasileiros.
O ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, anunciou na quinta-feira que Dilma deve realizar a visita de Estado, que pode acontecer próximo do período em que acontece a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, que normalmente ocorre em setembro.
– Será até setembro – disse ele a jornalistas durante o coquetel de comemoração da posse da presidente no Palácio do Itamaraty.
A decisão foi comunicada ao vice-presidente norte-americano, Joe Biden, em uma breve reunião bilateral que ele manteve com Dilma na quinta, dia em que a presidente iniciou seu segundo mandato.
Após as revelações da espionagem norte-americana, Dilma tornou-se um dos poucos líderes na história a cancelar uma visita de Estado a Washington, em outubro de 2013. O escândalo também levou Dilma a descartar a compra de caças F-18, da Boeing, que faziam parte de uma concorrência da Força Aérea Brasileira. O Brasil acabou comprando caças da Suécia por 5,4 bilhões de dólares.Desde então, diplomatas de ambos os lados têm trabalhado para reduzir as tensões.
Em outubro, após Dilma ser reeleita, o presidente dos EUA, Barack Obama, telefonou para a petista e disse que os dois países deveriam melhorar sua cooperação e fez o convite para retomar as negociações para a vista de Estado.
Cerimônia de posse
Durante a cerimônia de posse, no domingo, a presidenta Dilma destacou que, em seu primeiro mandato, o país conquistou o que considerou um feito histórico: a superação da extrema pobreza.
– Temos hoje a primeira geração de brasileiros que não vivenciou a tragédia da fome – disse, ao ressaltar que 36 milhões de pessoas saíram da extrema pobreza nos últimos anos, sendo 22 milhões nos primeiros quatro anos de seu governo.
Dilma lembrou ainda milhões de brasileiros ascenderam à classe média, alcançaram emprego com carteira assinada e tiveram acesso à educação superior e à casa própria.
– A população quis que ficássemos porque viu o resultado do nosso trabalho compreendeu as limitações que o tempo nos impôs e concluiu que podemos fazer muito mais – disse.
– O povo brasileiro quer mudanças. É isso que vou fazer com destemor, mas com humildade, contando com o apoio desta casa e com a força do povo brasileiro – completou.
Dilma falou, ainda, que a credibilidade e a estabilidade da economia são importantes e que é necessário um ajuste nas contas públicas para que o país volte a crescer.
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