E.U.A News (Painel do Paim) - N. 487 da série de 599 Blogs do Coronel Paim - O Porta-Voz

Este blog se destina a registrar aspectos ecológicos do grande país do norte e sua influência sobre a economia internacional e brasileira e a vida do nosso povo, inclusive a preparação ostensiva e sua participação no desfecho do golpe de 1964 e, recentemente, na espionagem das ações do governo brasileiro. .

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Hillary complica-se com o marketing (Pedro do Couto)



Nas três últimas semanas - escrevo este artigo antes da disputa em Wisconsin -, depois de oito derrotas seguidas para Barack Obama nas prévias do Partido Democrata, a senadora Hillary Clinton substituiu Betty Solis Doyle na gerência de sua campanha e colocou em seu lugar Mike Henry. Este não ficou cinco dias no posto. Os resultados de Maryland, Washington DC e Virgínia o derrubaram.

Creio que Hillary errou, nem tanto nas demissões mas sim pela forma com que as realizou e pela publicidade que liberou a respeito. Perdendo nas urnas e afastando sumariamente dois chefes de sua assessoria, indiretamente passou a idéia de que depende mais do marketing do que de si própria. Claro. Pois se achasse que o problema se encontrava em suas colocações à opinião pública, ela própria teria mudado o enfoque que norteia sua comunicação com os eleitores através dos jornais e emissoras de televisão.

Da forma como agiu deu idéia de que estava - e está - aceitando a condição de um produto publicitário e não, como deve ser, de uma representante política do eleitorado. As coisas foram mal? Muda os publicitários. Nada disso. Muda o discurso. Procura outra forma de chegar à população. Altera o ângulo das questões, modifica a abordagem. Um candidato não é um produto.

Para definir isso basta um argumento definitivo: o candidato (no caso candidata) tem emoção. O produto é algo frio, impessoal. O voto, no fundo, é a atitude coletiva mais humana e pessoal que existe.

Não quero dizer com isso que o que se convencionou chamar de marketing (palavra sem tradução no português) não seja importante e até decisivo. Mas o marketing é para transportar da forma mais eficiente, clara e direta possível as realizações dos administradores ou a palavra dos que buscam o voto popular. Como meio, na realidade é um adjetivo. E adjetivo não tem força para entrar no lugar do substantivo. Assim, para que a idéia do marketing na prática funcione, é indispensável que, antes de ser acionado, existam idéias e fatos concretos. Cada pessoa é um universo.

Os produtos são fabricados em série. Hillary, na etapa final e derradeira das primárias, precisa ser mais ela mesma e menos um instrumento publicitário. Até porque, se colocarmos o problema à luz da matemática, e nada no mundo acontece sem ela, a política é um teorema, algo que precisa ser comprovado na prática. A publicidade é um axioma, algo para o qual não há necessidade ética de comprovação. Tanto assim que no universo comercial cada empresa diz que seu produto é o melhor e vai em frente sem necessidade de explicar por quê.

Hillary Clinton confundiu sua imagem humana com a imagem que os responsáveis pelo seu marketing asseguravam que fariam dela. Hillary afastou-se de si própria e procurou a magia que cerca as representações artísticas, especialmente no cinema. Foi seu erro. Os estados de Maryland, onde está o Distrito de Colúmbia, a capital dos EUA e a Virgínia têm importância média.

O primeiro pesa 10 pontos, o segundo 13. Wisconsin também pesa 10. Já no dia 4 de março, as prévias serão em Ohio (peso 20) e Texas (34, terceiro colégio eleitoral do país). O modo equivocado de Hillary enfocar os rumos de sua campanha, a meu ver, foi grande. Caso não seja corrigido, o que é possível, pode lhe custar a convenção final do partido e a indicação democrata para enfrentar o republicano McCain nas urnas de novembro. Os democratas, inclusive, estão motivados. Afinal, encontram-se há oito anos fora da Casa Branca.

Poderiam ter derrotado George Walker Bush em 2000 com Al Gore, não tivesse este errado ao escolher o senador Jacob Birman para seu companheiro de chapa. Birman, embora democrata, era um crítico do comportamento sexual de Bill Clinton. Portanto, reduziu o empenho deste na campanha. Em segundo lugar, o campeão da defesa dos consumidores, Ralph Nader, que sempre votou com os democratas, resolveu candidatar-se pelo Partido Independente. Obteve apenas 5 por cento dos votos. Mas Gore perdeu para Bush, numa apuração sombria, por algo em torno de 0,5 por cento, na Flórida.

Não foi a primeira vez que uma cisão derrota o Partido Democrata. Em 68, Hubert Humphrey perdeu para Nixon por 1 por cento, desfecho surpreendente em Illinois, reduto democrata, estado pelo qual Obama é senador. Naquele pleito, o governador do Alabama, George Wallace, rompeu com o presidente Lyndon Johson e disputou pelos independentes. Teve 10 por cento da votação e venceu no Alabama, no Kentucky, na Louisiana e em Arkansas. Na verdade, foi quem levou Richard Nixon à presidência. Mas estes são outros fatos. Eu falava de marketing.

Pois é. No Brasil, infelizmente, muitos políticos de uns tempos para cá resolveram adotá-lo como fenômeno mágico capaz de substituir a lógica. Assim como se um artista pintasse um quadro e encerrasse a questão. A arte é uma forma em si mesma. A política, não. Ao contrário. Tem que ser exercida tanto para si quanto para os outros. É substantivo. Adjetivo algum pode ocupar seu lugar.

Hillary errou e assim complicou sua viagem de Nova York para Washington, em novembro.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Barack Obama ganha mais três primárias

WASHINGTON - As previsões dos institutos de pesquisa se confirmaram e o pré-candidato democrata Barack Obama conseguiu ontem mais três importantes vitórias em prévias.

Ele e o pré-candidato republicano John McCain venceram as prévias da Virgínia, Maryland e do Distrito de Columbia.

McCain se aproxima assim ainda mais da nomeação de sua legenda para concorrer à Casa Branca em novembro.

Já Obama ampliou suas vitórias para oito conquistas seguidas sobre a adversária Hillary Clinton.

"Esta é a nova maioria americana.Esta é a cara da mudança quando ela acontece de baixo para cima", disse Obama em discurso em Madison, Wisconsin, local da próxima prévia.

Pesquisas de boca-de-urna mostraram que o democrata aumentou dramaticamente sua base de apoio em grupos antes leais a Hillary.

Ele apareceu na frente entre mulheres, hispânicos, idosos e em todos os níveis de educação e renda na Virgínia - Obama basicamente abocanhou metade dos votos de brancos.

Hillary Clinton espera se recuperar nas prévias de Ohio e Texas.

"Vamos varrer o Texas nas próximas três semanas', disse ela em El Paso, Texas, para onde viajou ontem.

(Fonte: Tribuna da Imprensa)

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Tudo igual entre Hillary e Obama após as primárias de sábado

10/02/2008 - 08h03

María Luisa Azpiazu Washington, 10 fev (EFE).- Mais uma jornada eleitoral e tudo continua igual entre os democratas, em um insistente empate entre Hillary Clinton e Barack Obama que começa a enervar o Partido Democrata que, cada vez sob mais pressão, quer definir seu candidato à Presidência dos Estados Unidos.

Obama foi o vencedor democrata da noite de sábado - ganhou em todos os estados, Nebraska, Louisiana e Washington -, mas dividirá proporcionalmente com Hillary os 158 delegados democratas em jogo.

Enquanto isso, Mike Huckabee, o vencedor republicano do sábado no Kansas e na Louisiana, levou os 56 delegados destes estados. McCain só ganhou no estado de Washington.

Tudo indica, portanto, que as pretensões de conseguir definir o candidato democrata o mais rápido possível, já manifestadas pelo presidente do Partido Democrata, Howard Dean, terão que esperar.

"Acho que teremos um candidato para metade de março ou em abril", disse Dean, sem esconder o temor diante da possibilidade de que isso não aconteça assim, porque, disse, "não podemos enfrentar" uma convenção aberta.

Se as primárias que restam - entre elas várias consideradas "chaves", como as da próxima terça-feira em Maryland, Virgínia e Washington DC e depois em estados fortes, como Texas, Ohio e Pensilvânia - continuarem dividindo delegados eqüitativamente entre os dois candidatos democratas, o futuro pode ser sombrio.

Nesse caso, os analistas apontam a possibilidade de que os "superdelegados" - que recebem esta condição em função de seu cargo, mas que não são escolhidos e votam finalmente segundo suas preferências - fiquem responsáveis por decidir o candidato.

Os superdelegados são membros do aparelho do partido tanto nos diferentes estados quanto em nível nacional. Entre eles, há, por exemplo, os ex-presidentes, têm assento e voto na convenção e são cerca de 800.

A possibilidade de os superdelegados não escolhidos, e não os votos das primárias e os "caucus", decidirem a candidatura democrata gera preocupação entre muitos democratas.

Donna Brazile, estrategista democrata e que assessorou Bill Clinton e Al Gore, foi taxativa: "Se 795 dos meus colegas decidirem esta eleição, deixo o Partido Democrata. Tenho isso muito claro".

Até este momento, Hillary cortejou melhor os superdelegados que Obama e tem melhor apuração - 193 contra 106 - mas restam outros 500 a obter, e essa disputa também pode ser dura.

Com este panorama democrata, tudo parece indicar que o republicano John McCain, que apesar da vitória de Huckabee hoje no Kansas e na Louisiana, ficou sem adversário efetivo nesta campanha.

Mas, apesar de sua divisão - ou justamente por causa dela -, os estrategistas democratas começaram a dar os passos necessários para que seu candidato, seja quem for, possa bater McCain em novembro, já que o mesmo já desponta como o candidato republicano.

Segundo o jornal "The Politico", os democratas já estão preparando "munição" contra McCain durante a campanha eleitoral, e "desencavaram" algumas de suas últimas confissões a respeito, por exemplo, da economia.

"Os assuntos econômicos são algo que eu não entendo tão bem quanto deveria", disse McCain durante a campanha em New Hampshire.

O mesmo acontecerá com as posições do republicano em relação à Guerra do Iraque, um assunto no qual os democratas estão decididos a mostrar que votar em McCain será votar "um terceiro mandato de George W. Bush".

Não servirá para muito McCain ter criticado a estratégia do Pentágono - do ex-secretário da Defesa Donald Rumsfeld, em particular - durante toda a primeira parte da disputa. Para os democratas, a visão do republicano de que a guerra deve continuar até a vitória é suficiente para desprestigiá-lo.

Junto a isso, estão as reservas que o provável candidato republicano gera entre o círculo mais conservador de seu próprio partido, devido a suas posições, por exemplo, sobre a imigração.

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Disputa democrata esquenta antes da votação da "superterça"

03/02/2008 - 16h06

Por David Wiessler

WASHINGTON (Reuters) - Os democratas Hillary Clinton e Barack Obama estão praticamente empatados dois dias antes do maior conjunto de primárias eleitorais até agora, enquanto John McCain luta para conquistar a candidatura republicana à Casa Branca.

Com 24 Estados promovendo na terça-feira eleições para a indicação dos candidatos, estes passaram o domingo participando de "talk shows" na televisão e fazendo campanha em todo o país, enquanto as pesquisas indicam que as duas corridas estão seguindo rumos opostos.

Na corrida democrata, Hillary tinha vantagem nítida até algumas semanas, mas agora a diferença entre ela e Obama se reduziu a um empate técnico, segundo pesquisas nacionais recentes.

De acordo com pesquisa Reuters/C-Span/Zogby divulgada no domingo, Obama apresenta ligeira vantagem na Califórnia e está virtualmente empatado com Hillary em Nova Jersey e Missouri, três Estados que vão votar na "superterça".

Enquanto os dois interessados na candidatura presidencial democrata disputam o maior número de delegados, necessário para serem indicados, cada um também argumenta que é o candidato mais elegível para enfrentar McCain na eleição de novembro.

"Já repassei esses ataques republicanos inúmeras vezes, e acredito ter provado que, para a consternação dos republicanos, não apenas consigo sobreviver, como crescer", disse Hillary no programa "This Week", da televisão ABC.

Senadora por Nova York e um dos maiores alvos dos conservadores durante a presidência de seu marido, Bill Clinton, a candidata democrata disse que seu histórico é amplamente conhecido e que já fez frente a ataques acirrados, enquanto Obama, senador do Illinois que cumpre seu primeiro mandato, ainda é uma incógnita. "Acho que posso conseguir alguns votos que a senadora Clinton não conseguirá", disse Obama ao programa "Face the Nation", da CBS. Se eleito, ele será o primeiro presidente negro dos EUA.

Enquanto isso, McCain, também no "Face the Nation", comentou: "Fico satisfeito por receber tanta atenção dos indicados --ou dos dois que disputam a indicação democrata".

Mesmo mobilizando metade dos delegados à convenção nacional democrata e mais de 40 por cento dos republicanos, é possível que nenhum candidato consiga garantir sua indicação na terça-feira, mas uma votação grande em todos os Estados pode ajudar muito nesse sentido.

O senador John McCain lidera por 2 a 1, de acordo com uma nova pesquisa Washington Post-ABC. A pesquisa Reuters/C-SPAN/Zogby atribuiu a ele liderança de mais de 10 por cento em Nova York, Nova Jersey e Missouri, mas aponta que ele perde por margem estreita para Mitt Romney, ex-governador do Massachusetts, na Califórnia, o prêmio maior da "superterça".

Romney mencionou esse fato e o grande comparecimento de eleitores no Maine, no sábado, que lhe deu a vitória nesse Estado, como prova de que os conservadores estariam revendo seu apoio a McCain.

Mas este apontou vários conservadores republicanos de destaque que o estão apoiando.

Um dos problemas que Romney vai enfrentar na superterça é que ele compete pelo voto conservador com o ex-governador do Arkansas Mike Huckabee. Este declarou que Romney deveria reconhecê-lo como o verdadeiro conservador e abandonar a disputa.

sábado, 2 de fevereiro de 2008

A Califórnia em evidência na corrida para a Casa Branca




02/02/2008 - 17h31

LOS ANGELES, 2 Fev 2008 (AFP) - O Estado da Califórnia, oeste, que organiza suas primárias pela primeira vez mais cedo, é considerado uma etapa importante, talvez decisiva, no percurso dos pretendentes à Casa Branca para a eleição de novembro próximo.

Contando com centenas de delegados prometidos ao vencedor das primárias no Estado mais povoado da União, os candidatos não poupam esforços para conseguir uma chance.

"A Califórnia é o mais importante troféu do país e se você consegue conquistar um grande pedaço, isso o(a) aproxima consideravelmente da indicação", explica Kareem Crayton, professora de ciências políticas da Universidade do sul da Califórnia (USC) de Los Angeles.

Nas eleições precedentes, a Califórnia organizava suas primárias na primavera, às vezes bem pertinho do verão, lembra a colega da USC, Sherry Bebitch-Jeffe.

"A Califórnia é um microcosmo da nação. Se fôssemos um país independente (a Califórnia) seríamos qualquer coisa como a oitava economia mundial", lembra ela.

"Antes os candidatos se lançavam sobre o Estado, esvaziavam os doadores de dinheiro e o distribuíam às escondidas. Agora, estão aqui e participam de reuniões públicas a um ritmo jamais visto", felicita-se a universitária.

Para a "Superterça" que se aproxima, durante a qual cerca de 20 Estados vão escolher seu candidato, as pesquisas prometem à democrata Hillary Clinton e ao republicano John McCain uma ampla vitória na Califórnia.

Hillary Clinton, que trabalha regularmente no Estado há um ano, parece beneficiar-se de um forte apoio do eleitorado feminino e da comunidade hispânica, considerada crucial, uma vez que cerca de um terço dos californianos são de origem latino-americana.

Hillary Clinton também é apoiada por vários dirigentes hispânicos, principalmente pelo prefeito de Los Angeles Antonio Villaraigosa e a ativista histórica do movimento camponês Dolores Huerta.

A Califórnia é realmente uma terra de contrastes no plano eleitoral. Vota com os democratas em nível nacional, mas é dirigida por um republicano moderado, o "governador star" Arnold Schwarzenegger. É a partir da Califórnia que conservadores como Ronald Reagan e Richard Nixon lançaram sua carreira.

Para Crayton, o fato de que a primária republicana da Califórnia seja fechada aos eleitores independentes pode limitar o alcance do apoio de Schwarzenegger a McCain, "mas isto dá um certo elã à (sua) campanha nacional".

Schwarzenegger e seu Estado têm tido uma influência sobre o jogo eleitoral, principalmente em relação a temas ligados ao meio ambiente e imigração.

McCain afirmou quarta-feira que apoiava a vontade da Califórnia de se dotar das próprias normas de controle das emissões poluentes dos veículos - um ponto de fricção entre Schwarzenegger e o governo George W. Bush.

"É um gesto muito forte para um favorito republicano reconhecer o problema (do meio ambiente) em termos assim claros, e pelo menos apoiar a idéia de que alguma coisa deva ser feita", acrescenta Crayton.

Para Jonathan Wilcox, ex-estrategista do Partido Republicano, hoje professor de comunicação da USC, a Califórnia "representa um resumo dos desafios e dos problemas" do país.

"Os problemas gerados pela Califórnia tornam-se com freqüência, problemas nacionais", disse ele, estimando que as primárias de terça-feira poderiam "ajudar a selar (a vitória) de McCain e manter o arrebatamento do +Hillary Express+" se a vitória que está prometida a ela se concretizar.


http://noticias.uol.com.br/ultnot/afp/2008/02/02/ult34u198428.jhtm