Obama e McCain enfrentam-se em eleição presidencial histórica nos EUA
Próximo presidente pode ser o primeiro negro ou o mais velho da história.
Obama chega ao dia do voto à frente, segundo a maioria das pesquisas.
Do G1, em São Paulo
Nesta terça-feira (4), os norte-americanos irão às urnas para escolher seu 44º presidente, que cuidará, a partir de 20 de janeiro de 2009, de temas de relevância global, como a resposta à crise econômica e o destino da Guerra do Iraque.
Depois de um início de campanha equilibrado, a chapa democrata, de Barack Obama e Joe Biden, está à frente nas últimas pesquisas eleitorais, mas o candidato não quer "cantar vitória" contra os republicanos John McCain e Sarah Palin, que subiram alguns pontos nas intenções de votos nos últimos dias e apostam numa "virada" de última hora.
Foto: AP
O republicano John McCain e o democrata Barack Obama (Foto: AP)
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Qualquer que seja o resultado, esta será uma eleição histórica: pode dar aos EUA o primeiro presidente negro, Obama, ou o presidente mais velho a ser empossado, McCain, de 72 anos.
Não é à toa que a campanha eleitoral de 2008 se converteu na mais cara da história dos EUA, com US$ 1,3 bilhão gasto desde as primárias. As prévias foram acirradas, principalmente com a disputa entre Obama e Hillary Clinton no Partido Democrata, e alguns dos principais favoritos acabaram "caindo" no meio do caminho.
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Os Estados Unidos têm mais de 200 milhões de eleitores (sendo que cerca de 29 milhões votaram antecipadamente em 30 estados que permitem essa opção, segundo analistas). Nestes estados, de acordo com estimativas dos registros dos eleitores, a maioria do eleitorado era democrata. (Assista ao vídeo ao lado)
Mas é bom lembrar que o voto não é obrigatório nem direto – e esses dois fatores serão cruciais para definir os resultados destas eleições.
A campanha democrata teve o mérito de conseguir que milhões de eleitores se registrassem para o pleito de 2008 e de conquistar o eleitorado jovem (assista ao vídeo ao lado), que se identifica com o discurso de “mudança” e “sim, podemos” de Barack Obama, senador por Illinois.
Segundo o movimento Rock the Vote, a geração nascida a partir de 1980 engloba 44 milhões de norte-americanos e pode ter papel decisivo, assim como os eleitores latinos .
Agora, os democratas torcem para que todas essas pessoas se dêem ao trabalho de sair de casa e ir às urnas, principalmente em estados-chave como Ohio, Flórida (assista ao vídeo ao lado) e Virgínia, onde a diferença entre republicanos e democratas está apertada.
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Mas o grande inimigo de Obama pode ser, segundo alguns analistas, o racismo . Muitos sugerem que, ainda que uma grande quantidade de eleitores declare aos pesquisadores que vota no democrata, talvez não o faça ao ficar a sós na cabine de votação.
Não seria a primeira vez na história dos EUA. Em 1982, o então prefeito de Los Angeles, o afro-americano Tom Bradley, era o favorito nas pesquisas para a eleição ao governo do estado da Califórnia, mas surpreendentemente acabou perdendo para os republicanos. O racismo foi apontado como a explicação.
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John McCain, quatro vezes senador pelo Arizona, por sua vez, tem o trunfo de ter sido um herói da Guerra do Vietnã (durante a qual foi torturado e passou cinco anos preso) e de ter mais experiência política que Obama.
Mas o republicano carrega o fardo de ser a continuidade natural da gestão impopular de George W. Bush, de quem tentou se distanciar, principalmente depois do agravamento da crise financeira internacional. Obama, por seu lado, nos últimos dias de campanha, não cansou de tentar ligar McCain à gestão de Bush, a quem acusa de proteger Wall Street.
McCain também verá testada nas urnas sua candidata a vice, Sarah Palin , que trouxe um novo interesse à campanha ao ser anunciada na chapa mas que, depois, sofreu desgaste ao se tornar alvo de vários questionamentos da mídia e do interior do próprio Partido Republicano.
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Colégio Eleitoral
Depois da votação popular desta terça, entra em cena o Colégio Eleitoral dos EUA.
Pela legislação norte-americana, os votos diretos elegem delegados para o Colégio Eleitoral, este sim, encarregado de definir o próximo presidente. Os delegados votam no presidente de acordo com a vontade da maioria da população de seu estado. Quanto mais habitantes um estado tem, mais delegados ele elege.
Mas nem sempre é uma conta simples. Basta recordar as eleições de 2000, quando o democrata Al Gore ganhou nos votos populares mas, depois de uma conturbada contagem de votos no estado da Flórida e de perder no Colégio Eleitoral, foi derrotado. A decisão final ficou com a Suprema Corte dos EUA, que deu a presidência a George W. Bush.
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Por fim, os votos deste 4 de novembro vão definir cargos legislativos nos níveis municipal, estadual e federal , em 435 distritos norte-americanos. Os eleitores votarão, também, contra ou a favor de leis estaduais, que vão definir temas variados – da restrição ao aborto ao uso de energia renovável.
Analistas esperam que o resultado da eleições seja conhecido ainda entre a noite de terça-feira e a madrugada de quarta-feira. Certa da vítória, a campanha de Obama já preparou uma grande feita em Chicago, "berço" político do candidato. McCain, mais reservado, vai acompanhar a apuração em um hotel em Phoenix, no Arizona, como costuma fazer.
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