Obama insiste em união e diz que EUA vão sair mais fortes da crise
da Folha Online
O presidente Barack Obama voltou a apelar para a união dos americanos para vencer a crise financeira internacional e afirmou que os Estados Unidos têm o povo mais trabalhador e, por isso, vão "emergir mais fortes do que antes". Obama discursou diante das duas Câmaras do Congresso.
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Evan Vucci/AP
No primeiro discurso oficial no Congresso, Obama pediu união e afirmou que vai reduzir Orçamento
No primeiro discurso oficial no Congresso, Obama afirmou que vai reduzir Orçamento
"O peso desta crise não irá determinar o destino desta nação. As respostas para os nossos problemas não estão além do nosso alcance. Elas existem nos nossos laboratórios e universidades; nos nossos campos e fábricas; na imaginação dos nossos empreendedores e o orgulho do povo mais trabalhador da Terra. Essas qualidades que fizeram da América a maior fonte de progresso e prosperidade na história humana nós ainda temos em ampla medida. O que é necessário agora é esse país se unir, confrontar com coragem os desafios que enfrentamos e se responsabilizar pelo nosso futuro mais uma vez", afirmou.
O presidente voltou a afirmar que seus assessores estão examinando o Orçamento em busca de gastos dispensáveis para reduzir pela metada o défict orçamentário calculado em US$ 1,3 trilhões.
Sobre o Orçamento, Obama afirmou que sua equipe identificou gastos que podem ser cortados e que vão representar economia de US$ 2 trilhões na próxima década.
"Nesse orçamento, iremos encerrar programas de educação que não funcionam e acabaremos com pagamentos diretos a grandes agronegócios que não os necessitam", disse, sem detalhar quais áreas de agronegócio terão redução.
"Iremos eliminar os contratos sem concorrência que gastaram bilhões no Iraque, e reformaremos nosso Orçamento da defesa para que não paguemos por um sistema de armas da era da Guerra Fria que não usamos mais", afirmou Obama em relação aos gastos com armamento.
"Iremos acabar com o desperdício, fraude e abuso no nosso programa Medicare que não deixam nossos idosos mais saudáveis, e restauraremos um sentido de justiça e equilíbrio no nossa arrecadação, finalmente acabando com a isenção de impostos de empresas que mandam nossos empregos para o exterior.
Recessão
As Bolsas americanas fecharam em alta nesta terça-feira animadas pelo discurso do presidente do Fed (Federal Reserve, o BC americano), Ben Bernanke, em que afirmou que a recessão nos Estados Unidos poderia terminar este ano.
Bernanke afirmou que a economia americana sofre uma "severa contração" e é preciso utilizar todos os instrumentos disponíveis para que o país saia da recessão em que se encontra desde dezembro de 2007.
Ele prevê, no entanto, que a recessão terá fim neste ano e 2010 será "um ano de recuperação", se forem tomadas medidas pelo governo para estabilizar os mercados financeiros.
"Se ações forem adotadas pelo governo e o Congresso e o Fed forem bem-sucedidos em restaurar alguma medida de estabilidade financeira há uma perspectiva razoável de que a atual recessão venha a terminar em 2009 e de que 2010 seja um ano de recuperação", afirmou.
Por outro lado, ainda nesta terça-feira, o índice Standard & Poor's/Case-Shiller --um dos principais indicadores do mercado imobiliário americano-- referente a este mês mostrou que os preços dos imóveis residenciais no país caíram 18,2% no quarto trimestre do ano passado na comparação com o mesmo período de 2007. Trata-se do maior recuo no índice já registrado nos 21 anos em que a pesquisa é realizada.