Barack Obama abandona a igreja da qual era membro em Chicago
Washington, 31 mai (EFE).- Barack Obama abandonou a igreja de Chicago da qual era membro há 20 anos após a polêmica criada pelos incendiários sermões do pastor Jeremiah Wright e dos novos comentários polêmicos de outro reverendo, informaram hoje fontes da campanha do senador por Illinois.
O diretor de comunicação de sua campanha, Robert Gibbs, afirmou para a imprensa que o senador democrata por Illinois enviou uma carta à congregação anunciando sua decisão.
Gibbs explicou que a decisão foi tomada "nos últimos dias", embora não tenha dado detalhes mais precisos.
Os comentários de Wrigth foram um dos maiores problemas para a campanha de Obama, o favorito a se tornar o candidato democrata para a Presidência.
A polêmica envolvendo o líder espiritual de Obama, que oficiou seu casamento e batizou suas duas filhas, começou após várias emissoras de TV reproduzirem há alguns meses sermões de vários anos que estavam à venda no site da igreja, mas que tinham passado despercebidos.
Nestes sermões, Wright dizia coisas como que os Estados Unidos foram parcialmente culpados pelos atentados de 11 de Setembro de 2001 contra Washington e Nova York por sua política internacional e convidava os afro-americanos a entoarem um "Deus amaldiçoe a América" ao invés da canção "Deus abençoe América".
Vários comentários raciais realizados recentemente do mesmo púlpito por outro reverendo, Michael Pfleger, causaram novos problemas para o senador.
Pfleger, que trabalha em um bairro de negros e que é conhecido em Chicago por campanhas polêmicas, pronunciou um sermão no domingo passado que foi rapidamente reproduzido pela Internet.
"Quando Hillary chorou as pessoas disseram que era mentira.
Realmente, eu não acho que foi mentira. Realmente acho que ela sempre pensou, 'Isto é meu. Sou a esposa de Bill. Sou branca e isto é meu! Simplesmente tenho que me levantar e ocupar lugar'. Então, do nada, surgiu Barack Obama", declarou Pfleger, que é branco, em meio aos aplausos e risos da congregação.
"Sou branca. Tenho direitos. Há um negro que está roubando meu lugar", afirmou Pfleger.
O sacerdote fazia referência a um ato em New Hampshire no início de janeiro, durante o qual a senadora democrata Hillary Clinton se emocionou e seus olhos se encheram de lágrimas após ter perdido as prévias de Iowa para Obama.
Obama condenou tanto os comentários de Wright como os de Pfleger, mas não conseguiu escapar da polêmica.
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