Hillary mais perto do secretariado

Hillary afirmou que está disposta a servir como secretária de Estado durante o mandato de Obama

NOVA YORK (EUA) - A senadora Hillary Clinton está "a caminho" para ser designada secretária de Estado no governo do presidente eleito Barack Obama após o Dia de Ação de Graças, celebrado no dia 27. A notícia foi dada ontem pela CNN, citando um assessor do futuro governante como fonte da informação. O assessor não foi identificado. Obama planeja nomear Hillary para o cargo já na próxima semana, segundo assessores do Partido Democrata.

A senadora Hillary afirmou que está disposta a servir como secretária de Estado durante o mandato de Obama, informou o jornal "New York Times", citando duas fontes íntimas de Hillary. Uma nota anterior do site politico.com afirmou que a senadora - recente adversária política de Obama nas prévias democratas - ainda não havia decidido se aceitaria ou não a indicação.

A informação sobre Hillary veio a público no mesmo dia em que pessoas próximas do processo de transição apontam que Obama escolheu outra mulher para um cargo importante: a governadora do Arizona, Janet Napolitano, deve ser próxima secretária de Segurança Interna.

A escolha sugere que a imigração, um tema que a governadora conhece bem, deve ser uma prioridade da agência, criada após o 11 de Setembro com foco em prevenir ataques terroristas. Não houve confirmação oficial, mas várias fontes ligadas à transição e à governadora afirmaram que ela era a escolha provável. Um porta-voz de Janet se negou a comentar o assunto.

Ainda ontem, surgiu a informação de que Obama escolheu o presidente do Federal Reserve de Nova York, Timothy Geithner, para ser seu secretário do Tesouro e o governador do Novo México, Bill Richardson, para ser o secretário do Comércio, de acordo com a NBC News. Obama vai anunciar sua equipe econômica na próxima segunda-feira.
Pendências

A equipe de transição de Obama resolveu as pendências em relação ao marido de Hillary, o ex-presidente Bill Clinton, sobre a divulgação de nomes de doadores da fundação que ele mantém. Com isso, segundo o assessor, Obama está mais propenso a nomear Hillary.

Bill Clinton tem trabalhado com entidades privadas e trabalho de caridade pelo mundo desde sua saída da Casa Branca. Isso poderia representar um conflito de interesses, caso a mulher dele assumisse a chefia da diplomacia norte-americana. Porém, segundo o assessor, "tudo está seguindo adiante, tudo está no caminho certo".

Para ajudar no processo, o ex-presidente concordou em submeter futuras doações para fundos de caridade e atividades de negócios à regulação rígida e concordou pela primeira vez em divulgar muitos de seus antigos doadores. Esses problemas já foram resolvidos, indicou a fonte.

Durante as primárias, Hillary se colocou como "de centro" em política externa. Ela concordou com a posição de Obama de priorizar a diplomacia e falou em reconstruir laços com Europa e Ásia. "Ela poderia ser o 'policial durão' para o 'policial bom' Obama", disse Steve Clemons, do centro de estudos New America Foundation, ao fazer um prognóstico sobre Hillary como secretária de Estado. Para Clemons, a senadora pode ajudar o futuro líder a convencer países como Irã e Coréia do Norte a desistirem de seus programas nucleares.

A senadora por Nova York teria diante de si a escolha de trabalhar em política externa ou tentar, do Senado, atuar na reforma do sistema de saúde dos EUA, uma das prioridades do futuro presidente e um tema com que ela já trabalhou no passado.