E.U.A News (Painel do Paim) - N. 487 da série de 599 Blogs do Coronel Paim - O Porta-Voz

Este blog se destina a registrar aspectos ecológicos do grande país do norte e sua influência sobre a economia internacional e brasileira e a vida do nosso povo, inclusive a preparação ostensiva e sua participação no desfecho do golpe de 1964 e, recentemente, na espionagem das ações do governo brasileiro. .

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Ainda o discurso de Obama (Pedro do Coutto)

Foi, sem sombra de dúvida, um discurso belíssimo o que o presidente Barack Obama proferiu no momento em que assumia a presidência dos Estados Unidos. Momento histórico, eterno e inesquecível, sobretudo pela trajetória no tempo que projetou no texto e no contexto.

Afinal um senador de raça negra, de veloz carreira política, chegou à Casa Branca há 144 anos da guerra de secessão, que teve como motivo principal a escravidão, dividindo o norte e o sul do país, os estados confederados e a união federal.

Eleito em 1860, reeleito em 1864, o presidente era Abraam Lincoln, da mesma forma que Obama, senador por Illinois. Todos nós que assistimos à posse, pela TV, participamos da história. Somos testemunhas dela, dirão aqueles que virão depois de nós.

A memória universal, a memória das nações, é feita de momentos assim.

Este, entretanto, foi testemunhado por mais de um bilhão de pessoas, um quinto da população do planeta, talvez até mais um pouco. Durou várias horas. Nunca houve emoção igual numa posse de presidente da República. Isso porque a intensidade do entusiasmo foi proporcional à esperança. Em sua oração, Obama focalizou todos os pontos nevrálgicos da crise pela qual o mundo está passando, uma torrente enorme de problemas e desafios à busca de soluções rápidas.

A ansiedade humana, a partir do desemprego e da fome, não pode esperar. Por isso, quanto maior for a necessidade premente, maior a esperança, maior a emoção, maior o desejo de êxito para aquele de quem se espera quase tudo. Até um milagre.

O discurso de Washington continua ecoando. Mas ele é uma peça retórica um sonho, um projeto. Agora, a partir desta semana, Obama inicia a viagem na estrada da realidade. Se a teoria na prática é outra, passamos a esperar os enfoques concretos do presidente no palco aberto e iluminado pelo candidato. A economia está um desastre.

Crescimento insatisfatório diante da taxa de crescimento demográfico, quando não até retrocesso em muitos casos. Desemprego alto, renda do trabalho portanto em queda.

Falta de oportunidade, acentua-se a luta por um lugar ao sol, como na obra de Theodore Dreiser, um escritor de grande valor e importância social. Reflexos negativos por toda parte provocados pelo impasse do subprime. A ganância imediata devorou os limites da razão, comprovando que a idéia do lucro nem sempre é suficiente para assegurar o progresso, tampouco seu ritmo permanente. Que fará Barack Obama?

Injetar centenas de bilhões de dólares, como fez Bush, no sistema empresarial não resolve.

A crise não está no sistema de produção, este não foi afetado em sua estrutura ou essência. A crise está , isso sim, na retração do consumo. Causa principal, o temor pela perda do emprego. Não sem razão. As milhares de dispensas na maioria dos países esta reforçando a idéia.

Em nosso país, como o presidente Lula reconheceu, em dezembro evaporaram-se 600 mil postos de trabalho. Um episódio isolado? Longe disso. Uma reação em cadeia. O Oriente Médio, Faixa de Gaza, uma situação tenebrosa, um impasse que se estende por 60 anos, desde a criação do estado de Israel, que se desloca para um novo plano profundamente crítico.

Os governantes –afirmou Obama- serão julgados pelo que construírem, não pela capacidade que tiveram de destruir. Nenhuma frase melhor do que esta para sintetizar o panorama de hoje.

O julgamento pela construção, seja em que terreno for. Pois a construção, sobretudo, é a finalidade maior da política. A política é um instrumento concreto de construção. O único. Nada de coletivo pode ser feito sem ela. Não se trata de marketing, que é fácil. Trata-se de resolver o presente e edificar o futuro. O que é difícil. A viagem começa, sim, esta semana.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Doutrina Obama' abole tortura e prisão secreta

Com mais de três ordens executivas, o presidente Barack Obama proibiu a prática de tortura por agentes, civis ou militares, determinou o fechamento das prisões clandestinas da CIA e também o fim de Guantánamo, em um ano. As decisões rompem com a controversa política de segurança do governo Bush durante a guerra contra o terror. Obama responsabilizou o Hamas pelo conflito em Gaza e pediu a Israel que abra as fronteiras para ajuda e comércio. (págs. 1, 27 a 31 e editorial "Contra o tempo")

Barackberry
Obama conseguiu a primeira vitória na Presidência e terá um celular ultramoderno, já conhecido como Barackberry, à prova de hackers. Mas, na Casa Branca, o sistema tecnológico obsoleto desespera seus assessores. (pág. 1)

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Video Posse de Obama

http://www.youtube.com/watch?v=aAnZXxXMPQE

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

A posse de Obama nos Jornais Brasileiros

O Globo

Manchete: Obama anuncia reconstrução dos EUA e promete era de paz
Ao se dirigir pela primeira vez ao país como o 44º presidente dos Estados Unidos, Barack Obama conclamou os americanos a se levantarem e promoverem a reconstrução da América. "Enfrentamos desafios reais, mas vamos vencê-los", anunciou, diante de dois milhões de pessoas que, sob frio intenso, lotaram os 2,5 quilômetros entre o Obelisco e o Capitólio. O presidente convocou os americanos para uma nova era de responsabilidade, já que atribuiu a crise financeira a uma falha coletiva em fazer escolhas difíceis. "O que se exige é um reconhecimento de que temos obrigações com nós mesmos,com a nação e com o mundo". Obama acenou aos muçulmanos com a disposição de buscar um novo caminho "baseado em respeito e interesse mútuos", prometendo que os EUA vão liderar uma nova era de paz, relatam José Meirelles Passos, Gilberto Scofield Jr. e Marília Martins. (págs. 1 e 24 a 29)

BB já se prepara para reduzir os juros hoje
Pressionado por Lula, o Banco do Brasil fará hoje um corte em suas taxas de empréstimos, logo após a reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), que deve reduzir os juros básicos, hoje em 13,75%. Não há corte de juros desde setembro de 2007. BB e Caixa Econômica passarão também a exigir manutenção de emprego como contrapartida de empréstimos a empresas. (págs. 1, 19 e 20)

Votorantim compra Aracruz por R$ 5,4 bi
A Votorantim Papel e Celulose comprou o controle da Aracruz por R$ 5,4 bilhões, criando uma gigante do setor. A operação só foi fechada porque o BNDES investirá R$ 2,4 bi. (págs. 1 e 17)

Guerra e crise econômica no topo da agenda
No primeiro dia de trabalho de Obama, haverá uma reunião com o alto comando militar para tratar das guerras no Iraque e no Afeganistão, a nomeação de um enviado especial ao Oriente Médio e a discussão de medidas contra a crise econômica. (págs. 1 e 27)

Enquanto isso, bolsas despencam e dólar sobe
Em Wall Street, os investidores não se animaram com Obama. O índice Dow Jones caiu 4,01%, a maior perda num dia de posse de presidente em 112 anos. A preocupação é com a crise no sistema bancário. A Bovespa também caiu 4,01%. O dólar subiu 1,71%. (págs. 1 e 18)

Colunas e Artigos
Elio Gaspari: Os negros liquidaram a fatura: têm o presidente, o procurador e a embaixadora na ONU. (págs. 1, Opinião, 7)

Colunas e Artigos
Merval Pereira: Obama representa um novo tipo de político que não é apenas forjado por marqueteiros. (págs. 1,O País,4)

Colunas e Artigos
Míriam Leitão: Washington já mudou: o novo presidente falou em tolerância e em estender a mão. (págs. 1, Economia,18)

Colunas e Artigos
Zuenir Ventura: Nunca se viu tanto alívio pelo que termina e tanto otimismo pelo que começa. (págs. 1,Opinião,7)

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Folha de S. Paulo

Manchete: Obama toma posse com promessa de reconstruir os EUA e liderar o mundo
Primeiro presidente negro da história do país defende uma nova era de responsabilidade e paz

Cerimônia em Washington reúne 1,8 milhão; Bolsa tem queda recorde em início de mandato

Barack Hussein Obama, 47, tomou posse às 15h05 de ontem (horário de Brasília) como o 44º presidente dos EUA e o primeiro negro a ocupar o cargo na história. Sob frio de –3ºC e diante de um público recorde em cerimônias de posse na capital dos EUA, estimado em 1,8 milhão, Obama fez um discurso duro, porém esperançoso. “Começando hoje, precisamos nos reerguer, esfregar nossas mãos e começar novamente o trabalho de reconstruir a América”, afirmou. “Digo a vocês hoje que os desafios que enfrentamos são reais. São graves e muitos. Não serão enfrentados facilmente nem num período de tempo curto. Mas saiba, América: serão enfrentados”, disse, e referência à crise econômica.

O novo presidente, que prestou juramento com a mão sobre a mesma Bíblia usada em 1861 por Abraham Lincoln (1809-1865), cujo governo encerrou a escravidão nos EUA, prometeu voltar a liderar o mundo numa nova era de responsabilidade e paz: “O que se exige de nós é o reconhecimento, por parte de cada americano, de que temos deveres para conosco, para com o nosso país e para com o mundo”. Em sua fala no Capitólio, sede do Legislativo, o democrata disse ainda rejeitar como falsa “a opção entre a nossa segurança e nossos ideais” e concluiu que o país optou “pela esperança em lugar do medo”. O discurso de Obama não se traduziu em otimismo nos mercados. O índice Dow Jones, que reúne as ações mais negociadas da Bolsa de Nova York, caiu 4,01% no pior pregão em dia de posse de um presidente dos EUA em 112 anos. (págs. 1, Esp. A1 a A12 e B6)

Dinheiro
GM concede licença remunerada a 1.600 em fábrica no ABC. (págs. 1 e B4)

Editoriais
Leia “Pacote de habitação”, sobre perspectivas para crédito imobiliário; e “Decadente aos 25”, acerca do MST.

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O Estado de S. Paulo

Manchete: Obama promete nova era de responsabilidade nos EUA
*** Novo presidente anuncia ação 'corajosa e rápida' contra crise econômica *** Discurso de posse inclui aceno a países muçulmanos, mas condena extremismos *** Bush é elogiado por 'generosidade e 'cooperação' *** Festa reúne 2 milhões de pessoas nas ruas de Washington

'Precisamos nos recompor, espanar nossa poeira e reiniciar o trabalho de reconstruir a América. O mundo mudou, e nós precisamos mudar com ele' BARACK OBAMA

Barack Hussein Obama tomou posse como 44º presidente dos EUA prometendo uma "nova era de responsabilidade" para enfrentar os desafios de seu mandato, entre eles as guerras no Iraque e no Afeganistão e a maior crise econômica desde os anos 30.

Em seu discurso, visto por mais de 2 milhões de pessoas sob frio de 3 graus negativos em Washington, ele prometeu estender a mão a nações amigas e inimigas. "Gerações anteriores enfrentaram o fascismo e o comunismo não só com mísseis e tanques, mas com alianças vigorosas e convicções duradouras", disse. (págs. 1 e A12 a A17)

Herança maldita monopoliza agenda
O novo presidente dedicará os próximos dias à herança de George W. Bush. Ele vai tentar convencer o Congresso a aprovar estímulo à economia e mudar a gestão da guerra do Iraque.(págs. 1 e A15)

Sarney vai à luta no Senado e irrita PT
A candidatura de José Sarney ao comando do Senado ganhou força. O atual presidente, Garibaldi Alves, desistiu da reeleiçAo, o que irritou os petistas. (págs. 1 e A4)

BNDES ajuda Votorantim na Aracruz
O Grupo Votorantim anunciou a compra de 28% da Aracruz Celulose, por R$ 2,7 bilhões,e agora controla a empresa com o BNDES, que emprestou parte do valor. (págs. 1 e B1)

A vez da floresta
Lei estadual facilita vida de quem tem de reflorestar a propriedade.(pág. 1)

Europa mistura esperança e prudência
A Europa encara Barack Obama com esperança e prudência. Pesquisa da BBC mostra que a maioria prevê o fortalecimento das relações com os EUA. (págs. 1 e A17)

O desafio da renovação política
O desafio de Obama é traduzir a renovação social que ocorreu na década passada em renovação política e de governo. Parte disso foi vista em seu discurso de posse, no qual enfatizou os temas da responsabilidade, coesão e unidade. Além de rejeitar a cultura do vale-tudo. (págs. 1 e A16)

Dora Kramer
Vinte minutos e nenhuma mistificação. Obama foi ao ponto e disse o necessário num discurso sem enfeites. (págs. 1 e A6)

Marcos Sá Corrêa
O presidente negro tem espírito verde e usa argumentos que parecem saídos de cartilhas ambientalistas. (págs. 1 e A20)

Roberto DaMatta
Obama chegou ao topo da mais alta montanha. Lá, só há espaço para uma pessoa e seus dilemas imensos. (págs. 1 e D10)

O sonho de Luther King é realidade
Desde ontem, é provável que as crianças brancas e negras se olhem umas às outras como nunca antes nos 233 anos da república americana. (págs. 1 e A3)

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Jornal do Brasil

Manchete: O presidente da esperança
Um dia histórico

O mundo uniu-se ontem a 2 milhões de pessoas nas ruas de Washington para assistir à chegada de uma nova era. Com um discurso que buscou colocar os EUA como um ator mais consciente da economia e da política externa, Barack Obama tomou posse como o 44º presidente dos EUA. O democrata pediu aos americanos que enfrentem juntos a crise econômica, causada "por nossa falha coletiva em tomar decisões difíceis". Ao dia histórico a multidão respondeu com emoção, principalmente quando o líder negro lembrou ser filho de "um homem que há menos de 60 anos não poderia nem sequer ser servido em um restaurante". O cardápio da festa contou com os pratos prediletos de Abraham Lincoln, presidente que libertou os escravos. (págs. 1 e A2 a A12)

Celebração da posse contagia o mundo
A esperança com a posse ultrapassou as fronteiras dos EUA - do Brasil à aldeia de Kogelo, no Quênia, onde nasceu o pai de Obama. O sul-africano Nelson Mandela definiu-o como "a nova voz da esperança". O francês Nicolas Sarkozy disse esperar que Obama possa "mudar o mundo com ele". (págs. 1, Tema do Dia, A7)

Um dia notável após o outro
O feriado de Martin Luther King Jr. foi seguido pelo dia em que os EUA empossaram o primeiro presidente negro do país. (págs. 1 e A10)

Sociedade Aberta
Repercussão
Políticos, empresários, embaixadores e analistas avaliam o memorável dia de Obama. (págs. 1, A5, A7 e A12)

Sociedade Aberta
Candido Mendes: Para cientista político a posse devolve os EUA à ordem pública internacional. (págs. 1 e A9)

Sociedade Aberta
Acácio Moraes Garcia: Discurso exibiu retórica elegante e arrebatadora, diz especialista em oratória. (págs. 1 e A6)

Apesar da euforia, bolsas desabam
Euforia nas ruas, desânimo nas bolsas. Assim que a cerimônia foi encerrada, os principais índices acentuaram suas perdas, no pior desempenho em dia de posse presidencial dos EUA desde 1963. (págs. 1 e A7)

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Correio Braziliense

Manchete: O que ele quer mudar
Em uma cerimônia histórica e diante de 2 milhões de pessoas, Barack Hussein Obama transmitiu palavras de esperança e determinação. Na economia, ele prometeu uma “ação rápida e ousada”. O 44º presidente norte-americano anunciou uma era de responsabilidade nos EUA. “É chegada a hora de reafirmar nosso espírito de persistência; de escolher a nossa melhor história.” E disse estar disposto a buscar a conciliação no mundo. “Saibam que os Estados Unidos são amigos de todas as nações… e que estamos prontos para liderar mais uma vez”. (págs. 1,Tema do Dia, 14 a 19)

Empréstimos
Prestes a tomarem o segundo puxão de orelhas do presidente Lula, Banco do Brasil e Caixa já preparam novas tabelas com crédito mais barato. (págs. 1 e 8)

Indústria tem novembro desastroso
Faturamento, emprego e horas trabalhadas despencaram com a crise. (págs. 1 e 9)

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Valor Econômico

Manchete: Obama prevê tempos difíceis
Se os americanos estavam esperando que seu novo presidente - o candidato da esperança, que disse: "Sim, nós podemos" - lhes daria um momento de conforto e bem-estar ao assumir o cargo, eles descobriram na tarde de terça-feira que Barack Obama tinha pensamentos diferentes e mais sóbrios.

Em seu primeiro pronunciamento como presidente, ele passou uma mensagem adequada a um líder que se prepara para tempos econômicos duros e escolhas difíceis - e que espera a mesma atitude dos cidadãos. Ele falou de “nuvens se formando" e “tempestades furiosas", dos muitos e sérios desafios e de “um enfraquecimento da confiança por todo o país".

A questão intrigante agora é como o novo presidente - um democrata que encerra uma era de domínio republicano - vai propor o uso do governo federal para enfrentar a crise econômica. Quando Ronald Reagan assumiu a presidência em meio a um período parecido de agonia econômica, ele descreveu o governo, sem rodeios, como um dos grandes responsáveis pelos problemas do país na época. "Nesta crise", disse Reagan, na mesma escadaria do Capitólio, "o governo não é a solução para os nossos problemas". “É hora de controlar e reverter o crescimento do governo".

O temor agora é que o governo possa ir longe demais, tornando-se não a solução que Obama pretende, e sim o problema que Reagan alertou que poderia ser. O novo presidente também parece consciente disso, pois prometeu algo que não será um cheque em branco de Washington aos mercados. (págs. 1 e A6)

A volta das Câmaras Setoriais
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre, encontra-se hoje com o presidente Lula, em Brasília. Na pauta, a proposta de reativação da Câmara Setorial Automotiva para deter as demissões. (págs. 1 e A3)

Mercados dão uma recepção nada calorosa
Enquanto Barack Obama tomava posse como 44º presidente americano, em meio ao delírio de milhões de pessoas que participaram do evento, os mercados mostraram a dura realidade que Obama terá de enfrentar imediatamente, com todas as suas armas.

As bolsas de valores americanas despencaram com os novos sinais de que a crise está longe de terminar. O Dow Jones fechou em baixa de 4,01%, aos 7.949 pontos. O Standard & Poor's 500 declinou 5,28%, para 805 pontos. A bolsa eletrônica Nasdaq fechou aos 1.440 pontos, em queda de 5,78%. No Brasil, o Ibovespa também recuou 4,01%. As principais bolsas européias caíram.

As más notícias vieram mais uma vez dos bancos americanos. O Bank of America, que recebeu um suporte de USS 117 bilhões para perdas com ativos por parte do governo americano, viu suas ações recuarem 28,9% ontem. A sangria com os papéis do Citi continuou e as ações declinaram mais 20%.

Novos temores vieram se juntar aos já conhecidos. O State Street, um dos grandes bancos de custódia do país, anunciou queda do lucro líquido de 71% no último trimestre e perdas não realizadas de US$ 6,3 bilhões, o dobro do trimestre anterior. Os papéis do banco caíram 59%, contaminando outros como Wells Fargo e Bank of New York Mellon, que tiveram quedas de 23% e 17%, respectivamente. (págs. 1 e C2)

Com BNDES, VCP assume a Aracruz
A Votorantim anunciou ontem novo acordo para comprar as ações da Aracruz e a fusão da companhia com a VCP para criar a maior fabricante de celulose do mundo. As ações das famílias Lorentzen, Moreira Salles e Almeida Braga, equivalentes a 28,03% das ONs, serão adquiridas por R$ 2,71 bilhões, pagos em 30 meses - um desconto de 13% em reais e de 40% em dólar sobre o preço acertado em agosto, na primeira tentativa de fusão.

Desta vez, o grupo Safra já indicou ao Votorantim que pretende vender suas ações do bloco de controle da Aracruz. Na proposta anterior, o Safra faria um investimento para dividir o controle da nova empresa com o Votorantim. Agora, o parceiro da família Ermírio de Moraes será o BNDES, que poderá injetar até R$ 2,4 bilhões para viabilizar a operação e integral o bloco de controle.

Os minoritários detentores de ações preferenciais da Aracruz receberão entre 40% e 45% menos na nova relação de troca por ações da VCP. (págs. 1, B1, B6 e B7)

Financiamento à exportação reduz reservas a US$192,8 bi
Os financiamentos do Banco Central às exportações - US$ 12,642 bilhões desde setembro - fizeram as reservas internacionais caírem a US$ 192,8 bilhões pelo conceito de caixa, o menor valor desde fevereiro de 2008. O BC espera ganhar com a estratégia de fornecer dólares ao mercado de câmbio, mais lucrativa que a aplicação em títulos do Tesouro americano.

Pelo conceito mais tradicional de liquidez internacional, as reservas somam US$ 204,6 bilhões. Mas o conceito de caixa, que expressa os dólares disponíveis para intervir no câmbio, foi retomado para revelar o impacto dos empréstimo em dólares feitos pelo BC. (págs. 1 e Cl)

Empresas médias vão sofrer mais
O Brasil vai enfrentar um aumento “muito forte" na insolvência das médias e pequenas empresas no primeiro trimestre, diz o economista José Roberto Mendonça de Barros, da MB Associados. Segundo ele, essas companhias enfrentam forte concorrência das empresas de maior porte na obtenção de crédito e encaram também a queda na demanda e os estoques elevados.

Mendonça de Barros projeta um crescimento do PIB de 2% em 2009. “Esse é o teto", diz, ressaltando o papel do crédito para explicar o tombo no ritmo da atividade. "Para entender o que acontece no lado real da economia, essa é a variável central". (págs. 1 e A12)

ExxonMobil descobre óleo na Bacia de Santos
Uma das notícias mais aguardadas do pré-sal nos últimos dias finalmente se materializou. A ExxonMobil, maior empresa privada de petróleo do mundo, notificou à Agência Nacional de Petróleo (ANP) a descoberta de petróleo no bloco 22 da Bacia de Santos. A área, em uma das regiões de maior potencial do pré-sal, pode abrigar um campo gigante, com reservas similares às do campo de Tupi, onde a Petrobras estima que existam entre 5 e 8 bilhões de barris de petróleo equivalente.

Qualquer que seja o volume, e a empresa não é obrigada a informar estimativas de reservas neste estágio da exploração, são grandes as chances de que a área abrigue um campo gigante. O BM-S-22 é o único bloco do pré-sal operado por uma multinacional e também o único onde a Petrobras, que tem presença dominante na área, é sócia minoritária, com participação de 20%. A Exxon tem 40%, mesma fatia de outra companhia estrangeira, a também americana Hess.

Na semana passada, o presidente-executivo e do conselho de administração da ExxonMobil, Rex Tillerson, esteve no país, reforçando a expectativa de que a empresa iria anunciar uma grande descoberta na Bacia de Santos. (págs. 1 e B7)

Desemprego na China
Como resultado da desaceleração da economia mundial, a taxa de desemprego urbano na China terminou o ano passado em 4,2% - equivalentes a 8,8 milhões de pessoas -, uma alta de 0,2 ponto percentual em relação a 2007, encerrando uma seqüência de cinco anos de queda. (págs. 1 e A9)

Idéias
José Graziano: em épocas de crise, é preciso proteger os mais pobres. (págs. 1 e A11)

Acordo Fiat-Chrysler
O Brasil terá papel importante no acordo entre Fiat e Chrysler, pelo qual a montadora italiana assumirá uma participação de 35% na companhia americana, que pretende desenvolver modelos pequenos e mais econômicos. (págs. 1 e B7)

Dúvidas em relação ao trigo
Os preços pouco atrativos para o trigo no mercado interno reduzem o interesse pela cultura. A poucas semanas do início do plantio, que começa em março, agricultores do Paraná - maior produtor brasileiro - estão mais inclinados a apostar no milho safrinha. ( págs. 1 e B10)

Idéias
Martin Wolf: se o esforço econômico de Obama fracassar, o resultado será o ressurgimento do protecionismo. (págs. 1 e A11)

Idéias
Cláudio Couto: Serra dá mostras de mineiríssima destreza política. (págs. 1 e A5)

Governo equatoriano eleva tarifas e impõe cotas a importações (págs. 1 e A9)

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Gazeta Mercantil

Manchete: Obama promete ação e audácia
Cerca de dois milhões de pessoas acompanharam a cerimônia de posse de Barack Obama ontem, mesmo sob um frio de -2ºC, e emocionaram-se ouvindo-o prometer “uma ação firme e audaciosa” para reativar a economia americana. Obama admitiu que “estamos no meio de uma crise” e foi muito aplaudido ao afirmar que os desafios não serão vencidos num curto espaço de tempo: “Mas saiba disso, América: eles serão superados”.

“Continuamos a ser a Nação mais próspera e poderosa da Terra”, disse o 44º presidente dos Estados Unidos. “A partir de hoje, devemos nos reerguer, sacudir a poeira, e começar de novo o trabalho de refazer os Estados Unidos da América. Sempre em companhia da esposa Michelle, cumpriu à noite um extenso roteiro de festas e comemorações.

Entre os convidados especiais para a cerimônia de posse estavam os ex-presidentes George W. Bush, seu pai, George H. W. Bush, Bill Clinton e Jimmy Carter, atores e políticos. Em todo o mundo, o evento foi acompanhado pela TV e por milhões de internautas. A emissora CNN associou-se ao site Facebook para que os internautas pudessem fazer comentários.

Para Nouriel Roubini, professor da Universidade de Nova York que previu a crise do subprime, “os prejuízos financeiros sofridos pelos EUA com a crise de crédito deverão alcançar US$ 3,6 trilhões, o que sugere que o sistema bancário está insolvente, na prática”. Ele diz que “metade daquela quantia seria perdas dos bancos e das corretoras credenciadas como operadoras primárias”. (págs. 1, A10 a A14 e B2)

Banco público tem juro menor
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve se reunir hoje com dirigentes de bancos públicos para discutir juros e spreads que, no seu entender, estão altos. Pesquisa da Fundação Procon-SP, contudo, mostra que foram justamente os bancos públicos que puxaram para baixo as taxas médias de juros em janeiro. (págs. 1 e B1)

Novo mínimo injeta R$ 27 bi na economia
O reajuste de 12% do salário mínimo nacional, que entrará em vigor a partir de 1º de fevereiro, deverá injetar cerca de R$ 27 bilhões na economia em 12 meses. Os cálculos feitos pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) levam em consideração o contingente de 43 milhões de pessoas que têm seus rendimentos referenciados pelo mínimo. Se confirmado o aumento de R$ 415 para R$ 465 haverá um ganho real de 6%, o maior desde os 13,04% de 2006. “É uma boa notícia em tempos de turbulência. Trata-se de mais um elemento anticíclico da crise”, afirma Nelson Karan, coordenador de educação do Dieese.

A combinação de reajuste elevado do mínimo e menor pressão inflacionária deve evitar uma forte desaceleração do rendimento de 2008 para 2009. O economista Fábio Romão, da LCA Consultores, prevê expansão de 2% no rendimento do trabalho no ano, após alta de 2,6% em 2008. A elevação de 5,9% do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do ano passado não deve se repetir e o indicador encerrará 2009 com alta de 4,8%. A LCA estima que as pressões do grupo alimentação e bebidas sobre o orçamento da população de baixa renda tendem a diminuir no período. (págs. 1 e A5)

Opinião
Augusto Nunes: A promoção de um criminoso comum a perseguido político faz do ministro Tarso Genro o inventor do assassino de estimação. (págs. 1 e A6)

Retração
Indústria fatura 9,9% menos em novembro. (págs. 1 e A4)

VCP obtém benefícios fiscais com aquisição da Aracruz
Após um ano de negociação, foi anunciada ontem a compra da Aracruz pela VCP, que dá origem à maior produtora mundial de celulose. Pelo acordo, a compradora pagará R$ 2,71 bilhões às famílias Lorentzen, Almeida Braga e Moreira Salles, pela participação de 28%. A incorporação de ações permitirá que a VCP obtenha benefícios fiscais com o ágio pago aos acionistas e com os prejuízos acumulados pelas empresas. A complexa reestruturação foi viabilizada graças à entrada do BNDES. O aporte do banco, somado aos R$ 4,2 bilhões obtidos com a venda de 49% do Banco Votorantim, eleva o total de recursos públicos destinados ao grupo Votorantim a R$ 6,6 bilhões. (págs. 1 e C1)

Opinião
Jean-Claude Ramirez: Para dois terços das empresas de sucesso pesquisadas, a aquisição de novas competências é fator-chave para viabilizar suas estratégias. (págs. 1 e A3)

Fiat e Chrysler, “uma jogada de mestre”
A Fiat confirmou ontem que assume participação de 35% na Chrysler para entrar com sua maior força, os carros pequenos, nos EUA - o maior mercado do mundo, que busca soluções para diminuição de consumo de combustíveis. Já a Chrysler terá condições de ampliar a venda de seus carros grandes - ponto fraco da Fiat - em vários mercados, na Europa, Brasil e Rússia, onde a marca italiana é bem-sucedida.

No comunicado emitido ontem, as duas marcas afirmam que não haverá injeção de capitais, apenas troca de sinergias, produtos e pontos-de-venda no mundo. A Fiat ganha participação de 35% na Chrysler por ter uma operação maior financeiramente. “Foi jogada de mestre”, afirmou o conselheiro da Sociedade de Engenharia Automotiva (SAE), Francisco Satkunas. (págs. 1 e C3)

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Estado de Minas

Manchete: Em busca do orgulho perdido
Obama assume governo e conclama compatriotas a reconstruir os EUA

Em seu discurso de posse, Barack Obama prometeu resgatar os ideais que nortearam a criação de seu país e recolocá-lo na trilha do progresso. Disse que não será fácil nem rápido, mas garantiu que a crise econômica será superada e pregou uma era de responsabilidade. Obama defendeu o estilo de vida americano e deu um recado aos terroristas que pretendam destruí-lo: “Nós os derrotaremos”. (págs. 1, 11 e 14 a 19)

Posse não impede queda das bolsas (págs. 1 , 11 e 14 a 19 )

Crise impulsiona processo de fusões (págs. 1 , 11 e 14 a 19)

BR-135 será restaurada ao custo de R$ 488 mi
Governo federal conclui licitação para recuperar 300 quilômetros da principal ligação de BH com o Norte de Minas, entre a BR-040 e Montes Claros. As obras começam em abril. (págs. 1 e 21)

Alerta
Cresce risco de epidemia de dengue em BH

Infestação de larvas do mosquito transmissor da doença atinge 3,9% dos imóveis na capital. A partir de 4%, o perigo de uma epidemia é considerado iminente. (págs. 1 e 23)

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Jornal do Commercio

Manchete: Tolerância, esperança e paz
Novo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, resgatou em seu primeiro discurso os valores humanistas que considera esquecidos.

"Temos que nos levantar, sacudir a poeira e refazer a América"

"A América é amiga de toda nação em busca de paz e prosperidade" (pág.1)

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Obama assume a presidência hoje para tentar tirar os EUA do atoleiro econômico

O Globo

Barack Obama toma posse hoje entre llh30m e 12h (14h30m e 15h no horário de Brasília), cercado de uma ansiedade coletiva em torno da concretização das promessas de mudança que o colocaram no topo do poder da única superpotência que ainda resta no planeta. Ele assume no rastro de uma onda de otimismo que tomou conta do país no meio de uma crise econômica sem precedentes em 80 anos, que sela o fim da era Bush. Passada a euforia da cerimônia de posse do primeiro presidente negro - eleito quase um século e meio após a abolição da escravatura, por Abraham Lincoln, e apenas 40 anos depois do fim da luta contra a segregação racial -, as atenções estarão voltadas às suas primeiras medidas para retirar o país do atoleiro econômico e, ao mesmo tempo, recuperar o seu prestígio internacional. Na empreitada de reerguer a economia, um pacote de US$ 825 bilhões vem sendo preparado, com a criação de 4 milhões de empregos. Dar como encerrada a guerra no Iraque e engrossar o poder de fogo dos EUA no Afeganistão são outras prioridades, assim como fechar o polêmico presídio em Guantánamo. Para isso, Obama cortejou a direita e formou um Ministério composto por pragmáticos, com grande experiência na administração pública, e não por ideólogos, relatam, de Washington, JOSÉ MEIRELLES PASSOS. GILBERTO SCOFIELD JR. e MARÍLIA MARTINS. (págs. 1 e 22 a 25)

Antigo mercado de escravos recebe plateia da festa
O National Mall, antigo mercado de escravos transformado no parque em frente ao Capitólio que receberá milhões de pessoas para a posse de Obama, simboliza as conquistas do movimento negro hoje. Washington, cidade de maioria negra, acolhe milhares de caravanas, muitas delas formadas por jovens que querem participar deste momento de afirmação do orgulho negro.(págs. 1 e 23)

Uma retirada de tropas para Obama ver
O Exército israelense acelerou a retirada de suas tropas da Faixa de Gaza, com o objetivo de completar o recuo até o início da noite de hoje, que coincide com a posse do presidente Barack Obama; no horário de Washington (o fuso é de sete horas). O duelo retórico entre Israel e o Hamas continua. Milhares de palestinos começaram a voltar para suas casas, mas muitos deles s6 encontraram ruínas. (págs. 1 e 26)

Espanha é o 1º país rico a ser rebaixado (pág. 1 e 20)