Aliados de Obama realizam mais de 4.000 eventos nos EUA
colaboração para a Folha Online
Aliados do provável candidato presidencial democrata, Barack Obama, realizaram mais de 4.000 eventos no sábado (28), em todos os 50 Estados dos EUA.
Alguns eventos ocorreram em sedes do Partidos Democratas e outros em casas de aliados. Os responsáveis mostraram mensagens de Obama e de seus oficiais de campanha em vídeo e discutiram estratégias para atrair mais eleitores, inclusive mobilizando líderes locais para falar com os moradores dos Condados.
Enquanto isso, Obama participou de um encontro organizado por uma associação hispânica de Washington ao lado de seu rival republicano John McCain, no qual ambos os prováveis candidatos defenderam uma reforma migratória.
McCain foi interrompido várias vezes por protestos contra a guerra no Iraque.
Discurso
Os dois candidatos, convidados pela Naleo (Associação Nacional de Funcionários Eleitos Hispânicos, na sigla em inglês) num momento em que a disputa pelo voto latino parece cada vez mais acirrada, discursaram separadamente --apesar da insistência de McCain para que ele e o rival falassem no mesmo palanque.
Obama --que é senador pelo Estado de Illinois-- disse que o voto hispânico será fundamental nas eleições de novembro, e que os EUA "não agiram de maneira séria para resolver esse problema", referindo-se à imigração ilegal.
Atualmente, cerca de 12 milhões de estrangeiros residem ilegalmente no país.
Uma reforma que permita "uma caminho para a cidadania" para os ilegais "será uma de minhas prioridades desde o primeiro dia", caso chegue à Casa Branca, continuou Obama.
O candidato democrata criticou a construção do muro na fronteira sul do país para impedir a passagem de imigrantes clandestinos vindos do México --admitindo, porém, que "em algumas áreas as barreiras fazem sentido".
Obama elogiou o trabalho de McCain --que é senador pelo Estado do Arizona-- em relação à imigração. McCain promoveu dois projetos de reforma que fracassaram no Congresso em 2006 e 2007, mas criticou o que considerou uma mudança de posicionamento de seu adversário para ganhar a indicação de seu partido.
Oposição
Foi exatamente a oposição ferrenha da ala mais conservadora do Partido Republicano que impediu a aprovação de uma reforma migratória nos últimos dois anos.
McCain, que teve uma manhã bem menos confortável que seu oponente democrata --que recebeu mais tempo e aplausos durante o ato-- disse que, uma vez eleito, a reforma migratória "será uma prioridade principal, ontem, hoje e amanhã".
O senador pelo Arizona lembrou um projeto de reforma idealizado por ele em parceria com o democrata Ted Kennedy, que não foi aprovado no Congresso. "Fomos derrotados", afirmou. "Não conseguiremos nada no Congresso dos Estados Unidos até que tenhamos convencido o povo americano de que nossas fronteiras estão garantidas."
Iraque
Os dois candidatos responderam perguntas sobre a guerra no Iraque, que McCain apoiou em 2003 e Obama --que ainda não era senador na época da votação que aprovou a invasão-- critica veementemente.
"A guerra do Iraque deve ser conduzida a um final respeitável, responsável e honroso", declarou Obama, em meio a aplausos dos cerca de 400 presentes.
O candidato democrata também disse que o custo de uma semana da guerra no Iraque equivale à ajuda exterior que os EUA dão anualmente à América Latina.
"Esses homens e mulheres são meus irmãos e irmãs", dizia por sua vez McCain, referindo-se aos soldados de origem hispânica que combatem nas forças armadas americanas.
Suas falas, no entanto, foram subitamente interrompidas --pela segunda vez-- por uma mulher, que saiu da multidão chamando McCain de "criminoso de guerra".
"McCain = Guerra", dizia um cartaz carregado pela mulher, de aproximadamente 45 anos. Ela foi retirada do salão onde acontecia o ato, em um hotel de Washington. Entretanto, quando foi detida e parou de falar, outra mulher com um cartaz escrito "Criminoso de Guerra" começou a gritar: "Traga nossas tropas de volta para casa. Você tem o poder para fazê-lo".
Os organizadores do encontro emitiram um pedido formal de desculpas ao candidato republicano, alegando que nenhuma das pessoas que protestou faz parte da Naleo.
Com France Presse e Associated Press